Encontrei-o em um quarto isolado, amarrado (devido as fortes convulsões) e sem raciocinar direito. Eu e o pastor entramos na sala, não antes de sermos advertidos pelos médicos que a doença é contagiosa. Falamos e oramos, mas ele mal nos reconheceu. Sai de lá arrasado, sem entender o porquê daquilo. Mas o efeito do sofrimento foi o contrário do natural. Iniciamos, eu e meus amigos, uma luta em oração. Movimentamos a nossa igreja e as igrejas vizinhas a orarem por ele todos os dias, e assim foi feito. Para nossa surpresa, poucos dias após as orações ele voltou para casa. Curado. Sem nenhuma sequela. NENHUMA. Até hoje me lembro do momento em que correndo fui a sua casa e já na porta o encontrei sorrindo. Nunca vou esquecer aquela cena. Isso me ensinou muito sobre a presença inquestionável de Deus em todo lugar e circunstância, a chamada Onipresença, Seu poder e a importância da oração ao contrário do desespero sem futuro.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
QUEM SOU EU DIANTE DA DOR E DO SOFRIMENTO?
Cantarei para sempre as tuas
misericórdias, ó Senhor. Sl 89:1
Oh!, provai, e vede que o Senhor é bom.
Sl 34:1
Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom.
Sl. 135:3
Lindos versículos não são? Fáceis de falar? Sim. Muito. Fáceis
de viver? Não. Não são. Imagine uma cena bem simples: Está você caminhando de
chinelo na rua, despreocupado, cantarolando, quando sem perceber leva uma
violenta topada, ou seja, seu lindo dedão dá de cara com uma pedra e sai na
pior. Sua unha voou longe, uma dor insuportável toma conta de você, sangue
começa a jorrar... Calma... é só imaginação (rs). O que vem na sua mente e tende
a sair naturalmente pela sua boca são os versículos acima? Agora imagine uma
dor infinitamente maior, não física, mas lá dentro, na alma.
A
pergunta principal é: QUEM SOU EU DIANTE
DA DOR E DO SOFRIMENTO?
Vamos
tentar nos conhecer um pouco melhor nesses que são os momentos mais difíceis da
vida e, para isso, contarei com a ajuda de um amigo íntimo, Brennan Manning. Mesmo sem nunca o ter conhecido pessoalmnte e nem se quer ter
falado com ele é assim que me sinto, e acredito que até o final dessa leitura é
assim que você irá se sentir também. Para isso usarei algumas histórias
contadas e frases do seu livro, Confiança Cega, da Editora Mundo Cristão.
A onipresença da dor
e do sofrimento – indesejados, aparentemente imerecidos e que não se sujeitam a
explicações nem soluções – levanta um enorme obstáculo a uma confiança
infalível na bondade infinita de Deus. Como alguém tem coragem de propor o
caminho da confiança em face da dor nua e crua, que não escolhe cor, raça nem
posição social, da desordem mundial e do terror da história?
Lembro-me de um caso: Na minha adolescência,
logo após os primeiros meses de caminhada cristã, um grande amigo foi acometido
de uma grave doença. Em poucas horas ele começou a passar muito mal e foi
levado às pressas para o hospital. Chegando lá, foi diagnosticado com Meningite Meningocócica, para quem não sabe, é o pior tipo da meningite e geralmente
deixa sequelas graves. Quando soube da gravidade fui visitá-lo e o que vi me
deixou chocado.
Encontrei-o em um quarto isolado, amarrado (devido as fortes convulsões) e sem raciocinar direito. Eu e o pastor entramos na sala, não antes de sermos advertidos pelos médicos que a doença é contagiosa. Falamos e oramos, mas ele mal nos reconheceu. Sai de lá arrasado, sem entender o porquê daquilo. Mas o efeito do sofrimento foi o contrário do natural. Iniciamos, eu e meus amigos, uma luta em oração. Movimentamos a nossa igreja e as igrejas vizinhas a orarem por ele todos os dias, e assim foi feito. Para nossa surpresa, poucos dias após as orações ele voltou para casa. Curado. Sem nenhuma sequela. NENHUMA. Até hoje me lembro do momento em que correndo fui a sua casa e já na porta o encontrei sorrindo. Nunca vou esquecer aquela cena. Isso me ensinou muito sobre a presença inquestionável de Deus em todo lugar e circunstância, a chamada Onipresença, Seu poder e a importância da oração ao contrário do desespero sem futuro.
Encontrei-o em um quarto isolado, amarrado (devido as fortes convulsões) e sem raciocinar direito. Eu e o pastor entramos na sala, não antes de sermos advertidos pelos médicos que a doença é contagiosa. Falamos e oramos, mas ele mal nos reconheceu. Sai de lá arrasado, sem entender o porquê daquilo. Mas o efeito do sofrimento foi o contrário do natural. Iniciamos, eu e meus amigos, uma luta em oração. Movimentamos a nossa igreja e as igrejas vizinhas a orarem por ele todos os dias, e assim foi feito. Para nossa surpresa, poucos dias após as orações ele voltou para casa. Curado. Sem nenhuma sequela. NENHUMA. Até hoje me lembro do momento em que correndo fui a sua casa e já na porta o encontrei sorrindo. Nunca vou esquecer aquela cena. Isso me ensinou muito sobre a presença inquestionável de Deus em todo lugar e circunstância, a chamada Onipresença, Seu poder e a importância da oração ao contrário do desespero sem futuro.
Quando o coração é dilacerado de uma hora para a outra, creio
ser impossibilidade física ter fé ou resignar-se; ocorre uma revolta do sistema
animal e instintivo e, embora possamos nos submeter a Deus, isso é provocado
por um esforço constante e doloroso e não por alguma doce atração. Harriet Beecher Stowe
Venha novamente comigo a outra
história real da minha vida: Meu irmão quando bebê desenvolveu asma, começou
bem fraquinha, mas foi aumentando assustadoramente. Na época a minha família
não tinha plano de saúde e eu mais ou menos oito anos de idade. Perdi as contas de
quantas vezes corríamos de madrugada para levá-lo a algum hospital de
emergência, e na sua maioria de ônibus. Lembro-me de um momento que jamais vou
esquecer. Uma noite dessas entrei no quarto e o vi na cama em mais uma crise. O coitadinho fazia
tanto esforço para respirar que seu peito afundava. Enquanto meus pais se
arrumavam mais uma vez para levá-lo a mais uma emergência pública, eu me ajoelhei
na cama, e na inocência de uma criança, chorando muito pedi a Deus para passar
a doença para mim, que deixasse ele respirar que eu conseguiria suportar a
doença e estava disposto a me sacrificar pelo meu irmão. Deus não atendeu essa
oração, obviamente, e para o meu bem é claro (rs). Pouco tempo depois a doença foi
diminuindo e acabou. Hoje meu irmão está muito bem fisicamente e é um dos
principais alvos das minhas orações. Que lição não é? Deus já me preparava para
as dores da vida, bem antes que eu soubesse o que era realmente viver.
Somente quem já passou por esse vale, quem já bebeu do cálice do
sofrimento, quem já experimentou a solidão e alienação existencial da condição
humana ousa sussurrar o nome do Santo em face de nossa aflição indescritível.
Somente o testemunho dessas pessoas é válido; somente o amor dessa gente é
digno de crédito.
O enorme desafio da confiança é EXACERBADO (destaque meu) para os que se encontram em estado de depressão; para os que estão dentro de um
casamento sem amor, insistindo na convivência por amor dos filhos, mas sem ver
saída; para os que anseiam por um amigo, mas parecem condenados à solidão, para
os que não conseguem florescer nada que lhes chegue as mãos; para os que
desejam levar uma vida normal, mas se sentem irremediavelmente derrotados por
algum vício que não conseguem dominar; para aqueles cuja vida de fé, oração e
ministério para Deus começou com altos ideais e com grande entrega pessoal, mas
agora tudo parece não ter sentido – pessoas para quem a fé não representa mais
consolo e segurança, cujas orações estão envoltas em trevas, cujos ministérios
se transformaram em rotina superficial.
Você se identifica com essa dor?
Existe sangue correndo pelas suas veias? Existe verdade saindo pelos seus
lábios? Ou você é do grupo que sempre diz que está tudo bem? (veja mais
sobre esse assunto no post TIRANDO A MÁSCARA... MUITO PRAZER! nblo.gs/KPRrI )
Se for, pode ser que essa mensagem não seja para você. Mas se você for humano
assim como eu, fique, ainda temos muito a compartilhar.
Um dia estava voltando de uma
viajem a trabalho em um avião daqueles bem apertados e vinha sentado na
poltrona do meio lendo esse livro que compartilho com vocês. Foi quando me
deparei com esse testemunho do autor. Leia comigo:
Se o assunto é esse, fale comigo sentado no meio-fio da Avenida
General Meyer aqui em Nova Orleans. Estou impregnado de álcool por causa de uma
recaída. Minhas roupas estão rasgadas, meu corpo está fedendo, e não me
barbeei. Meu rosto e meu abdômen estão inchados; meus olhos, vermelhos como se
fossem sangrar. Estou agarrado a uma garrafa de vodca quase vazia. Meu
casamento está desmoronando, meus amigos estão quase sem esperanças e minha
honra está manchada. Meu cérebro está confuso, e minha mente virou uma lata de
lixo cheia de promessas que abandonei, de sonhos que não se realizaram e de
soluções que não levei a diante. Atrás de mim, a uns cinquenta metros está a clínica
de desintoxicação do hospital F.Edward Hebert. Ao tomar o último gole,
estremeço pela dor e tristeza que causei. Ir às reuniões dos Alcoólicos
Anônimos, passar pelos doze passos, falar com meu padrinho, ler a bíblia, orar
– tudo isso deu certo para os outros. E por que não funcionou pra mim? Sei que
nunca mais ouvirei as palavras: “Muito bem, servo bom e fiel”. Entro em pânico:
acabou a bebida. Procurando nos bolsos encontro uma nota de cinco dólares.
Cambaleando quatro quarteirões, encontro uma loja de conveniência ainda aberta
à meia-noite. Compro meio litro de vodca barata. Volto pelo mesmo caminho,
ziguezagueando através da avenida para retomar meu lugar no meio-fio. Não quero
o tratamento resgatador da desintoxicação. Continuo a beber. Meus olhos estão
cheios de lágrimas. Eu, um filho bêbado de Aba, estou clamando: “Jesus, onde
estás?” Logo apago com meia garrafa de vodca sobre o peito. Quando acordo pela
manhã seguinte fico sabendo que dois integrantes da equipe haviam ido para
avenida e me carregado para a clínica de desintoxicação.
Enquanto lia esse testemunho parecia que uma
torneira tinha sido aberta em meus olhos, comecei a chorar incontrolavelmente, e quando
mais lia mais chorava. Sem saber o que fazer coloquei os óculos escuro e baixei
a cabeça. Tremendo pedi a Deus misericórdia pela vida do irmão e gratidão por
saber que mesmo sujo Deus me chama de filho.
A dor é o megafone de Deus, como já
dizia C.S Lewis. Prefiro ficar com os ouvidos bem atentos para Ele não ter que
usar esse artifício.
Lembra quando falei lá em cima que assim
como eu, você também iria sentir-se amigo íntimo de Brennan Manning? Espero que
sim. Até porque conhecê-lo nessa vida não será mais possível, ele faleceu
exatamente no dia 12/04/2013. Você ouviu alguma homenagem, premiações ou
festas? Brennan, conferencista mundial, e que escreveu além de vários outros
livros, O Evangelho Maltrapilho e O Impostor que Vive em Mim, não era cidadão desse
mundo.
Encerro esse post com mais uma frase sua e que tem tudo haver com o que acabei de falar. Até aproxima!
No último dia, Jesus olhará para nós em busca não de medalhas,
diplomas ou honras, mas em busca de cicatrizes. Brennan Manning
In Memoriam
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Simplesmente fantástico. Estou absorto diante do que li. Acredito que permanecer na fé em meio a dor é a marca para aqueles que foram chamados para o Reino.
ResponderExcluirFico muito feliz por tudo o que tenho lido aqui, pois tem edificado a minha fé.
Um grande abraço!
Eduardo J. Pugliesi